quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

55% dos professores dão aula sem ter formação na disciplina

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55% dos professores dão aula sem ter formação na disciplina

FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO
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Pouco mais da metade (55%) dos professores do ensino médio da rede pública do país não tem formação específica na área em que atua.
Em números absolutos, o percentual equivale a quase 280 mil docentes do país.
Escolas privadas preveem apagão de docentes
Em física, a proporção de especialistas na matéria cai a 17,7%; em química, a 33,3%.
Na rede particular, a situação é só um pouco melhor: do total de professores, 47% não possuem a formação ideal.
O levantamento, inédito, foi tabulado pelo Inep (instituto de pesquisas do Ministério da Educação), a pedido da Folha. A base é o Censo Escolar de 2012 (o mais recente).
Os últimos dados oficiais divulgados sobre deficit de professores no país referiam-se a uma estimativa da Capes (outro órgão da pasta), com informações de 2005, que englobavam também os anos finais do fundamental.
Considerando as redes públicas e privadas juntas, hoje 53,5% dos docentes do ensino médio não têm a formação ideal. Naquele ano, eram 51% (fundamental e médio).
A Bahia é o Estado que possui menor proporção de professores com a formação ideal (8,5%) no sistema público.
Editoria de Arte/Folhapress
FORA DA LEI
Na outra ponta da lista está o Distrito Federal (71%). São Paulo possui 57% -o Estado afirma que, se o professor não tem a formação específica na matéria, ao menos tem diploma em área correlata (por exemplo, docente de matemática para física).
"Não existe uma oferta de profissional no ritmo que [a rede] precisa", reconhece o secretário de educação básica do Ministério da Educação, Romeu Caputo.
Ele ressalta, porém, que parte do deficit é proveniente de matérias recentemente incorporadas ao currículo, como sociologia e filosofia.
Para Ana Lúcia Marques, diretora da escola Setor Leste, de Brasília, licenciatura faz diferença no ensino.
A escola, referência de ensino público na capital, diz ter todo corpo docente com formação específica. "Uma pessoa que faz engenharia [e dá aula de física] pode ter o domínio do conteúdo, mas não aprendeu o manejo da classe, que também é extremamente necessário", disse a diretora.
Para o professor de física no Distrito Federal Paulo Sérgio Alves, 54, a especialização não é um fator determinante, mas é importante.
"Na área de física, a maioria dos professores é de matemática porque sabe resolver, mas falta definição do conceito, falta habilidade para passar de onde vem aquilo."
Na tentativa de reverter o quadro, o Ministério da Educação lançou o pacto nacional para o fortalecimento do ensino médio. A medida prevê a realização, a partir do próximo ano, do curso de formação continuada para docentes da rede pública. Serão 90 horas de capacitação, com bolsa mensal de R$ 200.
O curso do ministério terá o objetivo não apenas de atualizar o conhecimento dos professores na área de atuação como desenvolver atividades para aproximá-lo dos alunos em sala de
aula, afirma o secretário da área.

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

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Brasil tem 4 universidades entre as melhores de países emergentes
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SABINE RIGHETTI
DE SÃO PAULO
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Atualizado às 19h44.
Há quatro universidades brasileiras entre as cem melhores dos BRICs (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) e de outros 17 países emergentes. Mas nenhuma delas está no topo da lista.
A análise --primeira desse tipo-- foi divulgada nesta quarta-feira e feita pelo grupo THE (Times Higher Education), que também é responsável pelo principal ranking internacional de universidades que existe hoje. As quatro brasileiras citadas são a USP, Unicamp, UFRJ e a Unesp.
Veja o ranking completo
A USP aparece em 11º lugar na classificação. Antes dela estão instituições da China, da África do Sul, de Taiwan, da Turquia e da Rússia.
"A avaliação mostra que é fundamental ensinar em inglês", analisa o físico da Unicamp e especialista em ensino superior Leandro Tessler.
Ou seja: as melhores universidades do grupo dão aulas em inglês mesmo que não sejam países de língua inglesa --caso, por exemplo, da China.
As universidades com aulas em inglês acabam saindo na frente, por exemplo, no indicador de internacionalização do ranking, que avalia a quantidade de alunos e de professores estrangeiros.
No Brasil, as aulas são em português e a mobilidade fica limitada. "Todas as 'top 10' ensinam em inglês. A primeira da lista que não ensina em inglês oficialmente é a USP", completa Tessler.
AS 15 MELHORES UNIVERSIDADES DOS BRICs E PAÍSES EMERGENTES
Rank 2014 Instituição País
1Universidade de PequimChina
2Universidade de TsinghuaChina
3Universidade de Cidade do CaboÁfrica do Sul
4Universidade Bacuibak de TauwanTaiwan
5Universidade BogaziçiTurquia
6Universidade de Ciência e Tecnológia da ChinaChina
7Universidade de Tecnológia de IstanbulTurquia
8Universidade de FudanChina
9Middle East Technical UniversityTurquia
10Universidade Lomonosov Moscow StateRússia
11Universidade de São PauloBrasil
12Universidade BilkentTurquia
13Universidade PanjabÍndia
13Renmin Universidade da ChinaChina
15Universidade de WitwatersrandÁfrica do Sul
FIM DA FILA
Além da USP, também aparecem na lista as brasileiras Unicamp (em 24º lugar), a UFRJ (60º) e a Unesp (87º).
A China, que lidera a classificação, tem 23 universidades na lista --quatro delas entre as dez melhores.
"O mais trágico para o Brasil é só ter quatro entre as cem melhores", avalia Tessler.
O fato de um país ter uma universidade bem colocada, no entanto, não significa que o país esteja indo bem em termos de ensino superior.
A Universidade da Cidade do Cabo, na África do Sul, está no 'top ten' dos países emergentes e aparece em 126º na lista mundial do THE.
"Mas essa qualidade não se aplica às demais universidades do país", lembra Fran Langdon, do THE.
País Número de universidades no top 100
China23
Taiwam 21
ìndia 10
Turquia 7
África do Sul5
Tailândia 5
Brasil 4
Polônia 4
Republica Checa 3
Hungria 3
Egito3
Malásia 2
México 2
Chile 2
Rússia 2
Emirados Árabes 2
Colômbia 1
Marrocos 1
Indonésia 0
Paquistão 0
Peru 0
Filipinas 0
TOTAL 100
MAIS RECURSOS
De acordo com o especialista, os 22 países analisados têm investido grandes quantidades de recursos públicos em ensino superior --caminho contrário de países desenvolvidos, que têm reduzido o volume de dinheiro por causa da crise econômica.
"Decidimos fazer uma análise específica de países emergentes porque sabemos que o investimento em boas universidades faz parte da estratégia de desenvolvimento desses países", diz Langdon.
"Muitas dessas instituições não ficam visíveis nos rankings internacionais."
É o caso do Brasil: o país despareceu da lista do THE de 200 melhores universidades do mundo neste ano.
No ano passado, a USP, única que figurava na lista, ocupava o 158º lugar.
Universidade Ranking BRICs Ranking internacional
USP 11 226-250
Unicamp 24 301-350
UFRJ 60 -
Unesp 87
 

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